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Senta aqui. Vamos falar dos nossos defeitos.

Eu coloco os defeitos em duas categorias - uma é aquela em que a sua imperfeição lhe é apontada por terceiros, com o dedo em riste durante uma briga, em um momento de raiva. São geralmente palavras cruéis, não necessariamente verdadeiras, libertadas de uma jaula com o intuito de ferir. Essas imperfeições, eu aprendi a filtrar, e filtrar de novo, antes de pegá-las ou aceitá-las como minhas. Aquela velha história... o veneno é oferecido, mas a decisão de tomá-lo é nossa. Verdade verdadeira!

Mas não é desses defeitos que quero falar hoje e, sim, daquelas dores que fazem parte de quem realmente somos. E que devem ser acolhidas e entendidas. Esse processo de autoconhecimento e auto aceitação têm a beleza de uma cicatriz, que dizem muito sobre a sua história e mostram ao mundo quem você realmente é. E ao abraçar essa parte de nós mesmos vem a decisão - ou não, de mudar. Uma mudança verdadeira porque parte do desejo interno.

Todos nós temos sementes de grandeza dentro. Perdoar a si mesmo e entender que os erros e fracassos fazem parte do aprendizado é assumir o controle da própria vida e parar de responsabilizar os outros. É ao mesmo tempo um processo maravilhoso e libertador. Na psicologia positiva isso se chama permissão para ser humano. Os cientistas descobriram que existem vias que ligam o cérebro ao coração. E que o coração possui um eletromagnetismo que envia mensagens ao nosso cérebro com uma velocidade muito maior do que os sinais enviados do cérebro ao coração. Essas cordas de ligação são chamadas de “nervo vago”. Os receptores do nervo vago estão na base do pulmão. Então, quando respiramos fundo, o coração é abraçado pelos pulmões e aciona o sistema parassimpático, que por sua vez manda uma mensagem ao cérebro de que está tudo bem. Quando não acolhemos nossos sofrimentos e dores para os deixar fluir, estamos também bloqueando o fluxo da felicidade, uma vez que o caminho para todos os sentimentos - negativos ou positivos, é o mesmo. Se colocarmos amor e alegria no coração, é isso que o cérebro recebe. Os sentimentos precisam ser sentidos no coração, senão eles se esvaziam. O segredo é ter uma aceitação ativa do que se está sentindo no momento e separar emoções de comportamentos.

Há alguns anos, eu me perdi na minha caminhada. Aceitei pra mim o veneno que me era oferecido e parei de me reconhecer. Naquela época, comecei a escrever. Ao colocar no papel o que eu sentia, eu me reconhecia humana. Posso dizer que a escrita me resgatou me ajudando a entender minhas verdadeiras imperfeições. E ao me expor ao mundo, descobri que as minhas vulnerabilidades poderiam também ser grandes forças. Coragem não é a ausência do medo. É ter medo e seguir em frente mesmo assim. Nesse meu processo pessoal, quanto mais eu mostrava minhas fraquezas, mais eu me aceitava e também era aceita. Recomendo e desafio todos a entrarem nessa jornada! Por isso, vem cá. Conta pra você mesmo(a) quem você é. Pare de negar o que te faz mal, olhe para seus traumas, entenda o que te fez assim, abrace e permita-se chorar, fique com as boas lições e no final, respire fundo e deixe ir. Transforme o difícil em aprendizado. É muito reconfortante entender que errar faz parte do caminho. No final das contas isso traz uma coragem enorme para recomeçar. O perfeccionismo foi vendido como uma coisa boa, mas é mentira! Ele nos limita. Então pare de querer corresponder às expectativas alheias e corra atrás dos seus sonhos. Uma, duas, mil vezes se for preciso. Tem uma fila de coisas maravilhosas esperando para entrar no seu caminho. E a auto aceitação é um dos segredos para a felicidade.

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